Hábitos alimentares e comportamentais de peixes
O conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes é importante para o fornecimento de rações, uma vez que auxilia na determinação das necessidades nutricionais de cada espécie. Peixes carnívoros, como surubim, dourado, traíra e pacamã, por exemplo, aproveitam melhor os alimentos de origem animal, necessitando de alta proteína na ração, quando criados em cativeiro. As espécies onívoras como tilápia, pacu, tambaqui, e herbívoras, como algumas carpas, no entanto, são menos exigentes em conteúdo proteico e aproveitam bem uma variedade maior de alimentos.
Hábitos alimentares de peixes e suas principais características
Herbívoros
Apresentam flora bacteriana intestinal abundante, sendo capazes de ingerir e digerir de 3 a 4% do seu peso vivo em fibras.
Onívoros
Consomem ração e, freqüentemente, aproveitam pequenos invertebrados, plantas, frutos e matéria orgânica em decomposição, sendo classificados como planctófagos, frugívoros e/ou iliófagos.
Carnívoros
Consomem, preferencialmente, alimentos de origem animal, incluindo invertebrados e outros peixes, podendo ser treinados para consumirem ração artificial.
As definições dos hábitos alimentares dos peixes refletem sua constituição anatônico-funcional. O estudo do aparelho digestivo dos peixes, particularmente dos teleósteos, vem atraindo a atenção de muitos pesquisadores por apresentar uma variação estrutural maior que a dos outros vertebrados, com diversidade de hábitos e comportamentos alimentares. Por meio das características anatômicas e histológicas do aparelho digestivo podemos inferir sobre a alimentação dos peixes.
O aparelho digestivo dos peixes é basicamente composto por: intestino cefálico, que compreende a cavidade bucofaringeana, ou seja, a boca e seus anexos e a faringe; intestino anterior, que compreende o esôfago e o estômago; intestino médio, que compreende o intestino propriamente dito; e intestino posterior, que desemboca no ânus.
Desta forma, o manejo alimentar deve levar em consideração a constituição anatômica e fisiológica do trato digestivo de cada espécie, seu comportamento em cativeiro, bem como o sistema de cultivo adotado, sua produtividade natural, condições climáticas da região e características inerentes ao alimento fornecido aos animais.
Referências:
Paula Adriane Perez Ribeiro – Escola de Veterinária/Departamento de Zootecnia – UFMG
Daniela Chemim de Melo – Escola de Veterinária/Departamento de Zootecnia – UFMG
Leandro Santos Costa – Departamento de Zootecnia – UFLA
Edgar de Alencar Teixeira – Escola de Veterinária/Departamento de Zootecnia – UFMG